sábado, 27 de outubro de 2007

bloomsburry

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com vocês, no palco do canecão, virginia wolf:



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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

força, britney!

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não tem aqueles dias em que você acorda de um sonho muito ruim,

onde teve uma hecatombe, todo mundo morreu e só sobraram você e as baratas?

de repente você acorda feliz da vida porque está na sua casa,

mas aí não tem mais casa em lugar nenhum;

parece que você voltou do país de oz e não agüenta mais o kansas, nem o totó.

aliás, nem existe o totó.

a ausência da bruxa má do leste (e do oeste) que você mesmo pagou
pro terapeura matar, tá te matando.

aqueles sapatinhos vermelhos brilhantes não combinam com o seu novo guarda-roupa,

porque você já é uma senhora que ganhou peso e perdeu anos de paciência em cada tijolo
da estrada das pedras amarelas;

e agora que a casa caiu, te deixaram com umas peças de lego, sem a base verde, retangular, pra você se virar e montar outra.

nisso você já enlouqueceu, porque não sabe mais o que fazer com a liza minelli, que está indo pelo mesmo caminho que você?

pois é, acho que a judy garland se sentia assim.

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domingo, 21 de outubro de 2007

betti smith

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eu sei que o mote deste blog é "no pictures", mas acho que vídeo tá valendo.



com vocês, no shepherd's bush empire:

pattitia smith!



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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

epitáfio

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são 10h52 aqui na propriedade de elisabeth, e acabo de viver um happening ao qual só posso tratar por situação primeiro mundista.

estava acabando de escrever o post anterior, quando soa um barulho, que, do alto das minhas únicas e sofríveis 4 horas de sono, considerei nada mais que enjoadíssimo, deselegante e inconveniente. fui processando a informação enquanto vestia um longo casaco por cima do pijama, primeiro no intuito de ir à recepção me revelar deveras chateada com aquilo que ocorrera no quarto.

na segunda manga do casaco, porém, meu cérebro já compreendia que aquela sirene tratava-se, naturalmente, de um alarme de incêndio. em posse dessa informação, considerei agarrar-me aos meus pertences mais acessíveis e correr em desespero. todavia, recapitulei. terminei de escrever o post e desci as escadas de incêndio bastante contrariada. percebi que tinha feito bem em não carregar as malas para baixo e nem exagerar na expressão de afobação, pois meus companheiros de prédio, de fire stairs e de drama pareciam demasiado tranqüilos, embora mal dispostos e bem menos agasalhados do que eu.

fui correta, colocada, não envergonhei o pará. segundos depois de atravessar a rua e colocar-me em serena expectativa, chegaram uns bombeiros calmos, bem remunerados, num carro que parecia um brinquedinho: vermelhinho, ele. bateram um papo com as gurias da portaria, que explicaram que o tal alarme, provavelmente, teria sido ativado por algum pobre coitado que resolvera dar a sua primeira tragada de nicotina do dia antes de acordar, e esquecera da intransigência dos detectores de fumaça (que aqui estão espalhados por toda a parte e desconfiam severamente até mesmo de uma eventual flatulência exagerada).

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a única preocupação minha, depois de instalada em segurança lá embaixo, foi imaginar por que um possível último ato de vida meu teria sido terminar e publicar o post anterior. isso me fez refletir um pouco sobre a intensidade das tintas com as quais carrego meu sarcasmo. não fiquei nada tranqüila em ter minha biografia fechada com as palavras "valeu, geraldo vandré". só isso me roubaria anos de evolução espiritual, pois muito mais provável do que subir direto ou reencarnar numa vaca indiana seria a minha escolha em exercer a função de um espírito de porco dos piores.

e tudo, sempre, por conta dessa inconformação toda. que não sai daqui, ó!

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caminhando e cantando

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quanto do condicionamento emocional do nosso século e do século passado é fruto da música popular? jazz, blues, bossa-nova, mpb...! continuarei insistindo, continuo impressionada com as ordens que uma pessoa escuta a vida inteira. tenho cá pra mim, eu que não sou boba nem nada, que há um lobby de psicólogos e psiquiatras disseminando esse tipo de informação, de maneira que as portas de seus consultórios jamais cerrarão e a indústria farmacêutica de inibidores da recaptação de serotonina e similares seguirá encabeçando o domínio do mal:

"Id rather be lonely than happy with somebody else"

enquanto, no ano de 1928, inaugurava-se no rio de janeiro a escola de samba estação primeira de mangueira, havia nos estados unidos da américa, salvo engano, uma dupla que, inconscientemente (?!), tomava sem medo a sua parcela de responsabilidade na criação e retroalimentação das neuroses de gerações atuais e futuras. walter donaldson e gus kahn, compositores de "love me or leave me", carregam hoje em seus túmulos o peso pelo endosso do masoquismo humano levado às últimas conseqüências.

a partir de agora, só ouço canções de protesto: sabiá é o cacete; valeu, geraldo vandré!

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uma realidade

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mas também a europa me tem revelado uma face mais sombria, misteriosa e em código morse. senti muitas coisas nesta viagem para dentro de mim, mas a maior mágoa que trago do sul é o fato de ter minha bunda como uma desconhecida. foi necessária a calefação europeia e um espelho íntegro pra me revelar em abundância - mil perdões - aquele que para a cabrocha tropical é um intocável tabu: a maldição da casca da laranja grossa no derrière.

está difícil. é verdade. estou bebendo 'lancôme slim success lipolyzer', mas ainda não aconteceu o milagre, embora eu ainda tenha esperanças de tornar-me estatística de sucesso desta empresa na qual confio, considero séria e que vai me ajudar.


alegria com o meu corpo, por enquanto, só o sovaco, mesmo.

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power to the people!

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coiffeure

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once em londres, tenho pena de que o meu Liandro não esteja aqui para ver a honesta cabeleira que estou cultivando, robusta, embaixo do braço. sei lá, tô deixando o inverno europeu se infiltrar de dentro para fora. 'levante a mão, entre no clima', 'levante a mão passando energia'. são tantas as chansons que me vem à cabeça em elogio a este momento tão especial.

essa conquista é nossa, meu pequeli! me dá um abraço!

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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

isso e muito mais você só vai encontrar no pará

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olha, bonita, o negócio agora aqui no blog é auto-exposição ULTIMATE.

meu castelo de baralho vai se desmanchar no borralho da sargeta.*

refinou, levanta da mesa.

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*dona de castelo [waly & jards]

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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

nina simonal

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como diz o outro, "ah, eu não douro pílula" de ninguém. aliás, já bem me bastam as minhas, que eu sei o quanto custam para me grelhar o estômago.

de qualquer maneira, aviso logo, pelassacarei. pelassacarei em pequenas notas porque ainda não estou pronta para escrever uma tese sobre ele, sobre ela.

falo sobre o álbum 'little girl blue', sobre a danada da nina simone.

não-me-INTERESSA, que fique bem claro, se o meu imaginário leitor está pensando: "poxa, mas como assim você não conhecia?! esse disco é fooooda, mas, tipo, desde os nooove anos que eu não escuto, porque enjoei de tanto rodar o vinil original de 1958 na vitrola de papai".

foda-se se você tá pensando isso. meu pai é ausente, minha mãe, quando eu tinha nove anos tava, provavelmente, curtindo o sucesso do "rala o pinto", que ela tinha trazido de arraial d'ajuda, na bahia, uns 3 anos antes do axé estourar no sudeste. 'o canto da cidade sou eu, o canto dessa cidade é meu', da daniela, tava na mesma fita. então não fode comigo.

e não penseis vós que, de maneira alguma, desprezo estas qualidades em papai e mamãe. nada mais elegante do que a incondicional liberdade que papai dava à mamãe para tratar dos assuntos tangentes à minha educação (bem como a todos os outros, diga-se); e, menos ainda posso argumentar contra a atenciosa tentativa de mamãe em me erguer do mundo dos mortos, tendo a delicadeza de trazer consigo e até mim o carnaval da bahia condensado em k7. tivera ela êxito, não estaria eu agora, quase vinte anos depois, on legal drugs e com imensa dificuldade em, como direi?, 'ralar a tcheca' e praticar o 'coqueirinho'. bem intencionado papai! espirituosa mamãe!

mas voltando aos pequenos apontamentos sobre nina e seu debut:

nina em litte girl blue é nana em mudança dos ventos. mas, mais do que isso, nina é roberto, o rei carlos du brésil. os dois botam muito coração no negócio, tornando impossível a gente acreditar em outra palavra de ordem que não seja aquela. 'you ain't been blue/ till you've had that mood indigo’. e aí lascou. ela aponta do dedo na tua cara e diz que você só ficou triste de verdade se foi nessas condições. e se ela diz isso tão incisivamente, quem vai ser cabra macho pra desmentir?

“Sit there and count the raindrops
Falling on you
It's time you knew
All you can ever count on
Are the raindrops
That fall on little girl blue”

se o teu tempo já passou, vovó, não resta outra alternativa possível a não ser botar o rabinho entre as pernas, sentar lá e ‘count your little fingers/ unhappy little girl blue’. quer dizer, nos mandaram tirar nosso cavalinho da bacia de água gelada do início o século XIX e colocá-lo diretamente na chuva. nos libertaram da tuberculose, mas se tu bobéier, ainda sai todo molhado. e aí, pelo menos uma gripe, mais cedo ou mais tarde, tu vai arrumar.

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olha, ‘o verve remixed 3’ tem uma versão desta música (little girl blue) que é de uma sensibilidade comovente, hein! dj zé pedro é buarque de holanda perto daquilo.

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e falando em revisita, rc, jovem guarda etc., mal posso esperar para que minha versão de "my baby just cares for me" fique pronta. chamar-se-á "meu preto só quer comigo" e entregá-la-ei diretamente nas mãos de joelma, da banda calipso. isso na guitarra de ximbinha será su-su-su-su-su-su-cesso!

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mudança suptil

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Ah, vem cá, meu menino
Pinta e borda comigo
Me revista, me excita
Me deixa mais bonita
...
Me tira essa canseira
Me tira essas olheiras
...
Me tira essa vergonha
Me mostre, me exponha
Me tire uns 20 anos
...
AI, FAZ ALGUMA COISA, PORRA!

(ainda tenho esperança de, a qualquer momento, dar um play na canção e ouvir a nana caymmi soltar essa.)

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