segunda-feira, 23 de julho de 2007

karma

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a intuição me é tão franca quanto a lógica: serei um senhor daqueles que saem da praia e vão tomar seu chopp em pé, de tênis nike air max e sunga.

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quinta-feira, 12 de julho de 2007

inteligenzia

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tendo uma praia paradisíaca como pano de fundo, eis o diálogo entre um repórter do programa tv fama e a apresentadora-mãe-de-um-jagger luciana gimenez:

- e aí, luciana, é verdade que você, se pudesse, moraria aqui?
- é sim, inclusive meu marido e eu estamos comprando uma casa nesta praia. adoro!
- parabéns! realmente o lugar é lindo e bastante inóspito. maravilhoso!

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sexta-feira, 6 de julho de 2007

técnicas da psiquiatria moderna

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depois de um mês sem observação cuidadosa, eis que ela telefona para o consultório de sua psiquiatra, uma estranha paraibana de meia idade, intencionando cobrar os resultados de seu, até então, pouco eficiente tratamento.

olá, como você está se sentindo, pergunta a doutora de maneira amistosa, num tom de voz qualquer coisa entre o elba e o ramalho.

mais ou menos, não melhorei muito da dor, diz ela decididamente vacilante.

MELHOROU SIM, retruca a médica, emitindo vibrações vocálicas de quem acaba de puxar a peixeira e não hesitará em fazer uso dela, caso faça-se necessário.

ah, bom, responde ela, finalmente, depois de uma breve pausa de cinco minutos para recompor-se do susto.

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blá blá

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quer ver uma coisa que eu gosto na internet? o orkut. mais especificamente os scraps. porque aquilo permite um momento de brevidade, um perfume de vinólia. a gente faz um instantâneo do nosso supra-sumo, dá o canto do cisne e vaza.

agora, quer me aborrecer, me chama pra negócio de msn. a menos que eu esteja assombrada por interesses muito escusos ou envolta por uma aura incomum de puríssima energia azul com nuances em lilás no topo. e isso é evento bissexto. coisa torturante é ficar naquela conversinha nem-barro-nem-tijolo, que o sujeito só inicia por educação e deveria terminá-la pelo mesmo motivo, em vez de deixar um possível interlocutor inteiramente no vácuo, o que a gente sabe que é a etiqueta recorrente da meninada de hoje em dia. sou contra. também sou contra gtalk e icq [in memoriam].

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hum?

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a internet é essa maravilha da elaboração. ao contrário da vida analógica, dá tanto tempo para a gente pensar, que eu, de repente, fiquei até um pouco confusa.
pardon.

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quinta-feira, 5 de julho de 2007

armadilhas:

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I- pensar que doença cura o mal.

II- fazer elogio do submundo.

III- ter medo de tomar os antidepressivos e virar a carla perez.

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quarta-feira, 4 de julho de 2007

persona

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ouvi ontem à noite:

"não se pode ser gente boa o tempo todo. senão, fica caricato."

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escuta

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dialeto do homem mais homem que tem:

- e aí, marcus, comprou?
- não. ainda tô olhando na vidraça o casaco que tá vestido no boneco.

tradução:

- e aí, marcus, comprou?
- não. ainda estou olhando na vitrine a parca que está vestida no manequim.

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domingo, 1 de julho de 2007

às 19h28

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"To look life in the face, always, to look life in the face and to know it for what it is. At last to know it, to love it for what it is, and then, to put it away. Always the years between us, always the years. Always the love. Always the hours."

[virginia woolf]

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from: alter ego

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sabe, menina, eu gostava mais quando você se dava motivos para envelhecer. eu vou continuar te resguardando enquanto você me pedir... mas, te digo, adianta nada ficar cheia de olheiras lindas dentro de casa.

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