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há exatos 34 dias cheguei à europa. duas semanas depois de ter decidido que vinha. marquei a passagem de volta para o dia 15/11, partindo de frankfurt, porque a varig não voaria de outro lugar.
como é óbvio, trouxe junto com os meus 58 kg (pelo menos a última vez que subi na balança deu isso) de problema fisiológico a ser tratado, mais 44 kg de bagagem tradicional, contendo muita roupa de frio. eu usei a expressão "como é óbvio" não só pela minha conhecida incapacidade de síntese ao fazer uma mala mas também pelo fato de acreditar que ficaria muito mais tempo aqui.
hoje é dia 11/11 e eu me sinto um objeto fora de radar. como se, para ter a permissão de "ser" em qualquer outro lugar, tivesse antes que cumprir uma tarefa na minha base. se não fizer o que tenho para fazer aí, a maldição é vagar feito um fantasma pelo resto do mundo, sem dar crédito aos meus movimentos.
portanto intuo que as previsões de calendário serão cumpridas à risca, o que me deixa com uma questão existencial enorme: serei eu, afinal de contas, uma pragmática irremediável disfarçada sob o cintilante manto da indisciplina?
volto para casa de sacro entre as pernas, algo derrotada e muito previsível.
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domingo, 11 de novembro de 2007
viola no sacro
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2 comentários:
"serei eu, afinal de contas, uma pragmática irremediável disfarçada sob o cintilante manto da indisciplina?"
Luiz Carlos Maciel dizia a respeito de Glauber Rocha, das inquietações criativas e do furor produtivo deste, o seguinte (reprodução não literal):
Parece alguém possuído pelo espírito PROTESTANTE (no melhor estilo calvinista, no sentido dado por Weber em "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo").
sempre falta algo, afinal.
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