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são 10h52 aqui na propriedade de elisabeth, e acabo de viver um happening ao qual só posso tratar por situação primeiro mundista.
estava acabando de escrever o post anterior, quando soa um barulho, que, do alto das minhas únicas e sofríveis 4 horas de sono, considerei nada mais que enjoadíssimo, deselegante e inconveniente. fui processando a informação enquanto vestia um longo casaco por cima do pijama, primeiro no intuito de ir à recepção me revelar deveras chateada com aquilo que ocorrera no quarto.
na segunda manga do casaco, porém, meu cérebro já compreendia que aquela sirene tratava-se, naturalmente, de um alarme de incêndio. em posse dessa informação, considerei agarrar-me aos meus pertences mais acessíveis e correr em desespero. todavia, recapitulei. terminei de escrever o post e desci as escadas de incêndio bastante contrariada. percebi que tinha feito bem em não carregar as malas para baixo e nem exagerar na expressão de afobação, pois meus companheiros de prédio, de fire stairs e de drama pareciam demasiado tranqüilos, embora mal dispostos e bem menos agasalhados do que eu.
fui correta, colocada, não envergonhei o pará. segundos depois de atravessar a rua e colocar-me em serena expectativa, chegaram uns bombeiros calmos, bem remunerados, num carro que parecia um brinquedinho: vermelhinho, ele. bateram um papo com as gurias da portaria, que explicaram que o tal alarme, provavelmente, teria sido ativado por algum pobre coitado que resolvera dar a sua primeira tragada de nicotina do dia antes de acordar, e esquecera da intransigência dos detectores de fumaça (que aqui estão espalhados por toda a parte e desconfiam severamente até mesmo de uma eventual flatulência exagerada).
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a única preocupação minha, depois de instalada em segurança lá embaixo, foi imaginar por que um possível último ato de vida meu teria sido terminar e publicar o post anterior. isso me fez refletir um pouco sobre a intensidade das tintas com as quais carrego meu sarcasmo. não fiquei nada tranqüila em ter minha biografia fechada com as palavras "valeu, geraldo vandré". só isso me roubaria anos de evolução espiritual, pois muito mais provável do que subir direto ou reencarnar numa vaca indiana seria a minha escolha em exercer a função de um espírito de porco dos piores.
e tudo, sempre, por conta dessa inconformação toda. que não sai daqui, ó!
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Um comentário:
pois habitua-te porque, "não parecendo" estamos em guerra...
estão eles, porque eu sou da paz...
fizeste bem em continuar o post
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